sexta-feira, julho 29, 2011

Traduzir ou não traduzir, eis a questão!!!

Há algum tempo, uma conhecida me disse que gostaria de ser tradutora, e que pensava em cursar uma faculdade de "Tradutor / Intérprete". Então, eu lhe fiz a seguinte pergunta: " - Você fala inglês?" " - Não". Sugeri, então, que, primeiro ela fizesse um curso de inglês. Depois, que se especializasse bem na sua própria área (no caso dela, contábil). Daí, então, buscasse contato com agências de tradução, fizesse testes e oferece seus serviços. Eu disse isso a ela porque me lembrei de quando, há vários anos, entrei em contato com uma agência de traduções, me apresentei, e disse que era graduado como Tradutor / Intérprete. A resposta que ouvi foi algo como " - Não precisa ser graduado como tradutor, basta saber inglês".

Algumas palavras ditas marcam nossas vidas para sempre. Não estou sendo dramático, mas isso me fez desanimar bastante na época. Tanto que eu desisti, durante muito tempo, da ideia de ser tradutor. Trabalhei em uma consultoria de TI, uma multi na área de telecom, várias escolas de inglês, entre outras empresas e áreas. Mas, sempre que me peguntavam a minha profissão, eu tinha de responder "tradutor". Não porque atuava na área, mas porque sou graduado como Tradutor / Intérprete. Mentindo? Não, jamais menti a respeito da minha profissão. Se um médico atua na área de vendas, ele deixa de ser médico? E se uma advogada resolve abrir uma loja de produtos para bebês, ela deixa de ser advogada? Definitivamente, não!!! Nossa formação se torna "nossa sombra", parte do que somos, do que vivemos. Mesmo atuando em diversas outras áreas, sempre que vou ao cinema fico comparando as falas dos atores com o texto das legendas. Quando leio um manual de instruções, comparo o inglês com o português. Contesto traduções de títulos de filmes, livros, seriados de TV.

Sempre achei por demais incômodo passar por fases de desemprego e, ao buscar uma colocação, as pessoas me perguntarem: " - Mas, você está procurando emprego de quê?". Não acredito que perguntem isso a um engenheiro ou a uma dentista.

Essas experiências me fizeram acreditar que um tradutor é um semi-profissional, um ser com meia-identidade, um "morto-vivo profissional". Ao passo que existe o CRM, o CREA, a OAB, o CRC, entre tantos outros conselhos e ordens, os tradutores não têm nada do tipo. Não existe um órgão que regulamente a profissão. E isso faz com que "baste saber inglês", genericamente falando, para ser tradutor. Não basta ler alguns livros de direito para ser advogado. Mas, as profissão de advogado, médico, engenheiro, são muito mais sérias e delicadas do que a de um tradutor, não? Um erro pode ser fatal! E um erro de tradução, não? Tenho me especializado na área farmacêutica, traduzindo bulas, estudos, termos de consentimento, brochuras do investigador... um erro de tradução a respeito de uma dosagem, uma formulação, um composto químico, pode, sim colocar em risco a vida de um paciente.

Há algum tempo, menos do que eu gostaria, voltei a "ser tradutor". E estou muito satisfeito com minha profissão de tradutor. Alcancei um sonho e uma meta de vida. Minhas experiências anteriores? Bagagem cultural, essencial para um bom tradutor. E, agora, quando perguntarem qual a minha profissão, poderei dizer, como graduado e como atuando, em alto e bom som: TRADUTOR!!!

P.S. Sim, recomendo a todos que querem ser tradutores que cursem uma graduação como Tradutor / Intérprete!!!

segunda-feira, julho 25, 2011

Traduzir é Arte

Traduzir não é nada fácil. Engana-se quem pensa que é. Traduzir é criar, é ser coautor, é pesquisar e analisar as nuances do texto, entender a mentalidade do autor e colocar-se em seu lugar, ao mesmo tempo em que é preciso se colocar no lugar do leitor do texto-alvo.


Traduzir não é apenas abrir dicionário, não é apenas ter domínio da língua-fonte e da língua-alvo, não é apenas ser graduado como Tradutor / Intérprete.


Traduzir é muito mais do que isso... e é exatamente disso que irei tratar neste blog.


Seja benvindo!!!